Histórias de ativismo: perfis e testemunhos de quem luta pelos direitos das trabalhadoras do sexo em Portugal

Oct 7, 2025
Histórias de ativismo: perfis e testemunhos de quem luta pelos direitos das trabalhadoras do sexo em Portugal
Photo by Luís Feliciano / Unsplash

Em Portugal, a indústria do trabalho do sexo continua bastante controvérsia. As preocupações sobre o tráfico humano, segurança das crianças, moralidade e saúde pública fazem com que esta indústria seja difícil de abordar. 

Para lidar com a regulamentação complexa e inadequada, devido aos atuais problemas enfrentados pelas trabalhadoras do sexo, várias associações e trabalhadoras têm-se juntado para contribuir na alteração da legislação portuguesa, sensibilizar e formar e informar a sociedade. 

Grupos da luta da despenalização em Portugal

O Movimento dos Trabalhadores do Sexo (MTS) tem contribuído, desde a sua criação em 2018, para a despenalização do trabalho, a sua inclusão nas regulamentações laborais, e o reconhecimento de todos os trabalhadores. 

Com o objetivo de reconhecer o trabalho sexual como uma atividade sexual, a existência de uma legislação que proíbe o lenocínio, mas não proporciona segurança e proteção, cria uma ambiguidade. 

Numa visão Europeia, a ESWA  (European Sex Workers Alliance) representa mais de 100 organizações lideradas por ou a trabalhar com trabalhadores do sexo em 30 países Europeus, como Itália, Reino Unido, Espanha, França. A ESWA quer aumentar a sensibilização relativamente ao trabalhado e às trabalhadoras e informar as pessoas. 

Em Portugal, o Plano Aproxima tem conseguido sensibilizar e informar as pessoas, com entrevistas, artigos e uma cooperação única com os trabalhadores. O acesso à saúde, à Segurança Social e às Finanças é um direito fundamental para todos os portugueses e é necessário conhecimento para ser possível não só mudar a regulamentação, mas para que quem seja trabalhador do sexo tenha acesso ao básico. 

Um objetivo para segurança e proteção

As organizações concordam que os trabalhadores do sexo são sujeitos a condições de trabalho desumanas, muitas vezes com complicações como violência sexual. Devido à inexistência de uma regulamentação apropriada, são vários os perigos enfrentados por quem faz este trabalho. 

A maioria concorda que descriminalizar o trabalho sexual, além de ser um objetivo em comum, poderia resultar em condições mais seguras, menos tráficos humano e trabalho organizado (lenocínio). 

Ouvem-se, várias vezes, falar sobre o Modelo Nórdico. Este despenaliza quem vende serviços sexuais, mas penaliza quem compra. O modelo considera a compra de sexo uma prática errada, que contribuir para a desigualdade e exploração das mulheres. 

O panorama em Portugal

Os dados, proporcionados pela SimpleEscort, evidenciam que existem aproximadamente 300.000 pesquisas feitas mensalmente para encontrar uma acompanhante. Lisboa é a cidade onde essa procura se destaca, já que são 31% dos utilizadores. A procura é diversa:

  • 31.25% dos utilizadores procura travestis.
  • 22.08% dos utilizadores procura mulheres.
  • 2.25% dos utilizadores procura homens.

Também os anúncios fornecem bastante informação. São publicados, mensalmente, 16,000 anúncios e, de todos esses, 70% são rejeitados por diversas razões. Nos últimos 3 meses, a nacionalidade com maior percentagem declarada nos anúncios foi a brasileira, com 47.83%. Já a nacionalidade portuguesa foi de 28.87%, uma diferença inequívoca e resultante em questões complexas, como o acesso de imigrantes aos serviços básicos no país e, claro, à sua segurança.