O pagamento por serviços sexuais pode não ser amplamente regulamentado, mas certamente é normalizado em diversos países da América Latina, incluindo o Brasil. Naturalmente, a discussão sobre saúde pública está inerentemente atrelada a tal atividade.
A questão de prevenção da saúde no que diz respeito ao envolvimento das profissionais do sexo com seus clientes (e vice-versa) vai além do habitual estigma associado a esta ocupação.
Neste artigo, iremos abordar algumas das principais questões relacionadas à saúde pública x sexo pago, incluindo DSTs mais comuns, maneiras de se prevenir, testes recomendáveis, e mais.
Quais as Formas Mais Seguras de Prevenção?
Existem diversas formas de se prevenir contra as ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que podem causar diversos sintomas, a depender da sua intensidade e do tipo adquirido.
As ISTs podem causar uma dor de cabeça super incômoda para quem acaba contraindo-a, causando, além dos sintomas físicos, sequelas psicológicas. O mais importante é sempre prever-se da melhor forma possível, especialmente se você é um indivíduo com muitos parceiros(as) sexuais.
As maneiras mais seguras de se prever contra ISTs são:
- Preservativo (camisinha): Além de ser o método mais popular na prevenção contra ISTs, é também o mais eficaz. O uso do preservativo (seja ele masculino ou feminino) barra o contato direto com fluidos corporais potencialmente infectados.
- Gel lubrificante: O gel lubrificante serve não apenas para facilitar a penetração, mas também para evitar lesões e, consequentemente, diminuir as chances de transmissão através da troca de fluidos.
- PEP: O PEP (ou Profilaxia pós-exposição) consiste em um tratamento feito através de antirretrovirais para evitar a infecção por HIV. O tratamento pode ser feito até 72 horas após o contato de risco com o vírus. A taxa de sucesso desse tratamento é de quase 100%.
ISTs Mais Comuns no Brasil
Existem algumas ISTs que são mais prevalentes em território brasileiro, enquanto outras são mais comuns nos EUA ou no território europeu.
As ISTs mais comuns no Brasil são:
- HPV: O HPV (ou Papiloma Vírus Humano) é a IST mais prevalente do Brasil. A contração da infecção pode causar verrugas genitais que, caso não tratadas, podem evoluir para condições mais graves como câncer de útero, pênis ou ânus. Muitos brasileiros já tiveram contato com o vírus mas não foram infectados ou não apresentaram sintomas. Prevalência: ~54% da população
- Herpes Genital: É uma infecção causada pelo vírus “herpes simples”. Grande parte da população brasileira está infectada pelo vírus, mas não demonstra sintomas, que podem apresentar-se somente quando o indivíduo está com imunidade baixa. Sintomas incluem a aparição de feridas (que podem ou não ser dolorosas) na região genital. A herpes não tem cura, mas possui tratamento com medicação antiviral. Prevalência: ~80% da população
- HIV/AIDS: O HIV é uma infecção crônica viral que ataca o sistema imunológico do infectado – ou seja, uma doença autoimune. A AIDS é o estado mais avançado desta infecção, onde o organismo fica altamente debilitado, deixando corpo vulnerável para diversas outras infecções não sexualmente transmissíveis. Prevalência: ~1 milhão de brasileiros (HIV)
- Gonorreia: É uma infecção sexual bacteriana que pode afetar a uretra, o colo do útero e o resto, causando corrimentos, dor ao urinar e até mesmo infertilidade em casos mais avançados. O tratamento é feito através de antibióticos, aos quais a bactéria vem se tornando cada vez mais resistente, o que preocupa as autoridades de saúde. Prevalência: ~1,4 % da população
Testes de Proteção e Prevenção
Os testes mais comuns para detecção de infecção por ISTs incluem:
- Testes rápidos: Feitos através da coleta de uma pequena amostra de sangue ou fluidos orais a fim de detectar anticorpos ou antígenos específicos. Detecta: HIV, sífilis, Hepatites B e C
- Exames Laboratoriais: Feitos através da coleta de urina, sangue, ou secreções, a depender da infecção suspeita. Detecta: Clamídia, Gonorreia, HPV
No Brasil, é possível realizar esses testes gratuitamente através do SUS (Sistema Único de Saúde) em Centros de Testagem ou Hospitais Públicos.